No RN, paciente acusa médica de rasgar receita após ele declarar voto em Haddad

O Sindicato dos Servidores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde) apura a denúncia de um aposentado de 72 anos de que uma médica infectologista do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, teria rasgado seu receituário após ele ter declarado voto no candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, contra a sugestão da médica – que seria eleitora de Jair Bolsonaro (PSL).

De acordo com a denúncia, o caso aconteceu na manhã de segunda-feira, 8. O homem, que teve a identidade preservada, contou ao Sindsaúde que compareceu ao Giselda Trigueiro para renovar uma receita. Ele disse que foi encaminhado para uma médica da qual ele não é paciente, uma vez que a infectologista que normalmente o atende não estava trabalhando no momento.

O aposentado relata que, após providenciar a receita, a médica (cujo primeiro nome seria “Tereza”) perguntou em quem ele votaria para presidente, se em Bolsonaro ou em Haddad. Ele respondeu que votaria no petista. “Então pronto. Vou rasgar sua receita”, teria dito a infectologista antes de efetivamente rasgar o receituário. Após contato com o serviço social, o aposentado foi encaminhado para outro médico, que providenciou nova receita.

Após tomar conhecimento do caso, o Sindsaúde diz ter denunciado nesta terça-feira, 9, o caso à ouvidoria do hospital. Além disso, a assessoria jurídica e a vice-coordenadora do sindicato, Simone Dutra, acompanharam o aposentado até a 7ª Delegacia de Polícia Civil, onde foi registrado um boletim de ocorrência.

“A postura da médica é inadmissível. Além de ser um desrespeito e um constrangimento ao aposentado, fica clara a utilização da sua profissão e do serviço público para coagir o voto no seu candidato. O Sindsaúde não tolerará atos como este e já está tomando todas as medidas jurídicas e políticas”, declarou Simone Dutra.

A Secretaria Estadual de Saúde Pública informou que a direção do Hospital Giselda Trigueiro ainda não foi  notificada sobre o fato relatado. Por outro lado, a pasta esclareceu que esta não é uma conduta adotada pelo Hospital, nem muito menos é uma orientação do órgão. “Assim que for notificada, a direção da unidade iniciará um processo de abertura de procedimento de sindicância e tomará as medidas cabíveis dentro da Lei.”, disse a secretaria, em nota.

*Atualizada às 16h52 para acréscimo de informações.
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